6 de maio de 2011

Memórias: lembrar ou esquecer?

 Cadente de amor,
o individualismo engrandece a hipocrisia.
Simpática ela chega controla a mente,
cega a razão tal qual amor de
sagitário vai como flexa ao coração.
Disfarço o que tentei desabafar,
enfim caio no precipício da certeza
desabafo as queixas que ousei disfarçar.

No caderno do poeta
quem sabe sonhos minhas verdades,
no caderno do poeta
encontrei segredos da paixão,
no caderno do poeta
lembrei-me de me esquecer.

  Antes de me tornar tão parecido com meus pais, mais até do que esperava ser, eu me lembro da infância inocente, da crença nas palavras, dos prazeres infantis, das curiosidades punitivas e sadias. Valores seqüestrados pela malicia.

EU ME LEMBRO da primeira rosa do amor colegial,
das juras, da entrega, do carinho de mães amigas,
da atenção como a um filho.

EU ME LEMBRO das eternas amizades que fiz
e vi o tempo corromper, das paixões que vivenciei
e o destino se encarregarou de levar.

EU ME LEMBRO que o dinheiro não era tão importante,
lembro que dançar era uma arte, e que fotos eram pra
guardar recordações lembro que bem vestido era estar limpo.

EU ME LEMBRO que o sonho dos dezoitos
não era tão fácil como imaginava aos dezesseis,
e os vinte e três afirma.

  Eu me lembro que dividir e multiplicar eram distintos, que somar era o oposto de subtrair, lembro que a matemática quântica era perfeita e as frustrações furtaram tais certezas.
  Esqueci do passado tão presente no dia a dia, lembro que a pressa me fez solitário numa existência repleta de Companhia, lembro que já quis não lembrar e não soube esquecer, lembro das vezes em que enxerguei a vida tão bela e hoje reconheço os estragos causados pela hipocrisia, lembro que o individualismo era mito e hoje é fato, lembro que esqueci.

Ricardo Oliveira

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