Lembra do abismo!? Quando o anunciei, ele
já existia entre nós. Sensação tardia. Meu foco não era o erro e sim o motivo,
meu coração retardou a percepção da razão. Perdi-nos, e só vi, quando estávamos
sem. Não houve desligamento, e sim fracasso total. Estava para ruir, eu vi
ruir. Ia doer muito mais. Precisei ser radical. Seu medo, meu medo. Era isso o
tempo todo: um revezamento de lembranças, dores, cicatrizes.
Parti.
Com as mil razões da covardia, não
quis justificar minha partida. Não deixei carta, bilhete, aviso prévio, sinal
algum. Fugi. Fugi de tudo que nos levasse a sós, quis com todos, mas só. Fugi.
Mais fácil não ter que dizer, se só de olhar, você saberia.
Arrombei o abismo.
Já que ele teria de
existir, que fosse imenso. Não resisti. Sou você, você sou eu. Sabe o que quero
dizer. De tudo, ha um tudo seu em mim, e um tudo meu em você. Esse e o elo.
Burrice. Distancia afasta os corpos, as almas não contam tempo, espaço,
limites.
Parei. Pensei. Te feri.
Me feri duplamente, continuei. Teimosia. Persistência burra. Sacrifício
descabido. Isenção irracional. Nomes, e mais nomes. Classifiquei cada gota de
lagrima minha, e me culpei pelas suas. A culpa foi minha mesmo, não foi!? Não
quero saber. Tenho medo da sua razão persistente, do seu poder de domínio sobre
a verdade, da certeza que tem ao afirmar. Te admiro.
Fucei a memória.
Catei tudo o que foi bom.
Criei um elo "saudável" entre amor e ódio, uma aliança positiva entre
dor e saudade. Te vi seguir. Me despedi de longe. Assisti teu sucesso. Quis
dizer "eu sabia, sempre soube". E a sorte!? Não era eu. O tempo todo
foi sua, somente sua. Fruto da implicância peculiar consigo mesmo. Vontade de
ir ali, e depois lá, voltar, ficar, desistir, perder o foco, retomar, e dar em
lugar nenhum, mas ainda no mapa.
Pode me odiar.
Vai ser só a sua boca mesmo. O coração, te impede. Isso basta. Também não te condeno, eu teria uma raivinha
de mim também. Eu vou amar. Você também. Eu vou falar. Você vai reter. Jamais
iremos esquecer. Odeio telefone. Livros, ainda amo. Do café, só amo o cheiro.
Ainda curto desaparecer, por desaparecer. O triste ficou engraçado. Não vejo. Não
ouço. Não quero. Ainda sei tudo de você.
Andrezza
Mascarenhas
Está cada vez melhor. Parabéns pelo excelente post, sei que foi difícil, porem, você acabou de dar um passo gigantesco rumo a uma vida melhor. Seu coração agradece.
ResponderExcluirAh obrigada, nao eh um ato de pura redençao, tem a ver com liberdade tb. Nao da pra seguir lotada dessas minhas verdades. Obrigada tb por ler, e assumir que leu, compartilhando AQUI sua opiniao. Bjo, volte daqui a pouco amor rs :*
ResponderExcluirAdorei a Literatura que tornou o seu Texto uma Poesia... Um dia chego nesse nível rs.
ResponderExcluirObrigada! :*
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