7 de novembro de 2010

De Alma Lavada

  Parei para pensar, refletir sobre a vida e fiz escolhas que considerei certas – e melhores – para mim, e que de fato estão me fazendo bem gradativamente à medida que vou aplicando ao meu cotidiano. Para ser mais direta, me desvinculei de alguns princípios meus – expressões escandalosas de orgulho puro, e burro – que me impediam de ver além das máscaras, barreiras e falsas palavras que as pessoas costumam usar para se esconder, proteger ou simplesmente pelo puro prazer de conseguir ser o mais desagradável possível.
  Desarmei-me. Não encaro mais nada com pedras prontas para arremessar. Ainda que a princípio a situação não me agrade, tento construir a visão mais panorâmica possível. Ouço, filtro, concordo ou discordo, e me justifico. Parti do principio que não vale a pena travar batalha contra nada, nunca vi verdadeiros vencedores nas guerras históricas, possivelmente – ainda que eu fosse a vencedora – não sairia ilesa das “minhas batalhas pessoais”. Aprendi, com sinceridade, o significado de “perdão” e tratei de perdoar todas as pessoas que me fizeram mal, por ou sem querer. Cada um colhe o que plantou, e eu não quero colher frutos de mágoa, rancor e orgulho besta. Engoli a minha essência egocentrista e auto afirmativa – mas não deixei de ser egocêntrica, ok – e encontrei a humildade, foi dessa forma que consegui pedir perdão a todos os que magoei ou fiz sofrer, de propósito ou não. Pratiquei uma das coisas que eu melhor sei fazer: esquecer. Esqueci todos aqueles que não valem à pena ou não fazem por merecer minha atenção, desses tratei com respeito e muita frieza. Por fim, aprendi a aceitar, entender e respeitar a opinião de cada um, mesmo que eu discorde absolutamente de tudo.
  Todas as decisões que tomei, me deixaram mais leve e muito mais calma. Claro que jamais serei uma das pessoas mais calmas do mundo – muito menos submissa – tenho sangue quente. A diferença é que agora sei “escolher” pelo que vale e que não vale a pena esquentar a cabeça, aprendi a me controlar. Ignorar dói mais que bater de frente, e não me custa nada.
  Como sempre, falar de mim e dos meus sentimentos abertamente não é das tarefas mais fáceis para mim, mas estou num momento dos melhores que já vivi. Acho que me encontro numa espécie de “ponto de equilíbrio entre corpo e alma”, como se meu espírito estivesse em comum acordo com meu corpo, com tudo ao meu redor – até com o que normalmente me deixaria, no mínimo, incomodada – e as situações as quais tenho passado na vida. Procurando uma expressão simples para tudo isso, posso dizer que estou “em paz comigo mesma e todo o resto”. No momento, não ligo para a perturbação que há do lado de fora. Criei uma armadura de bons sentimentos, ela tem me mantido ilesa. 

Andrezza Mascarenhas

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