2 de novembro de 2010

Da inocência à Sabedoria

  A busca que nos leva ao conhecimento e à sabedoria, não é uma viagem sem sentido feita por ignorantes, é uma viagem interior de transformação, é um processo Alquímico.
  A Alquimia é a arte da transformação, através da compreensão e dissertação de fatores essenciais do ser, é compreender cada ínfimo detalhe da psique, é entender que cada ser humano, por mais diferente que seja, possui características em comum com o todo a sua volta, e é nesse contexto que abordo não só a primeira mais também a parte crucial do “Eu” humano. Eis aquilo que não está contido em textos ou nas buscas por conhecimento. Você poderia afirmar que há INOCÊNCIA na sua compreensão? 
  Todo ser nasce com a alma em estado de inocência, um recém nascido não questiona sua existência, vive num estado de auto-aceitação, confiança e amor em plenitude, a voz inquietante da duvida ainda não se faz ouvir, talvez porque nesta fase a individualidade do ser é quase nula. Quantas vezes questionamos nossa existência em busca de respostas? Entretanto cada questionamento nos afasta mais e mais da inocência, e da intemporalidade, segredo que só existe enquanto vivemos alheios aos conceitos de passado ou futuro. Para um recém nascido só existe o presente que vai se revelando, este é precisamente o significado de viver na eternidade. A eternidade é o momento presente em permanente renovação, quantos de nós não sonhamos com isso? Viver na eternidade? Livre dos conceitos frustrantes do passado ou até mesmo da ansiedade futura que nos açoita diariamente roubando nosso sono e nossa saúde, mas cada um já tem inscrito em si a tendência para se movimentar para a temporalidade, saindo do silêncio do seu mundo interior para a atividade do mundo exterior, abandonando o seu estado inicial de inocência, surgindo os desejos e com eles as primeiras experiências capazes de alterar eternamente a essência do ser. E a inocência? Roubada!? Não. Para sempre intacta em sua pureza e integridade, mas esquecida, trocada silenciosamente pelo conhecimento enfadando a existência a crer na ausência de pureza de espírito.

Ricardo Oliveira


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